* Por Caxião
Nas minhas ultimas incursões filosóficas cheguei a conclusão de que não
tem logica para a forma de como encaramos as tragédias humanas e a morte.
Vendo as imagens de desespero e sofrimento dos
parentes dos desaparecidos do voo da Malásia, perguntei para mim mesmo. Qual é
a razão para portarmos de tal forma, se o desaparecimento deste avião, terremoto
do Japão, do Haiti, queda das Torres Gêmeas, explosão do avião da TAM são
frutos do chamado processo civilizatório, o qual nos coloca frente a frente a
tais tragédias.
Os terremotos na verdade, não são frutos de nós mesmos, mas as
consequências sim, visto que ao edificarmos equipamentos (fabricas barragens), aglomerados
urbanos nas regiões conhecidas como anéis de fogos e principalmente nas zonas
costeiras, ficamos eternamente suscetíveis aos efeitos dos terremotos e
tsunami, assim do mesmo modo corre risco
quem mora nas grandes metrópoles, principalmente as que estão na mira do
terrorismo, quem mora na rota de furacões e tornados, quem viaja de avião, ou
de qualquer meio de transporte. Enfim estamos sempre correndo o risco de sermos
vitima de nós mesmos. Por isto nem só nas tragédias como na morte natural devia
haver desespero, sofrimento e lamentação.
Esta minha concepção levou-me a concluir que, a causa para tal
comportamento, está nas nossas concepções religiosas, que ao longo da historia
nos impôs que Deus é a única verdade, salvação, consolo, e que mesmo após a
morte (a morte, o fim) é capaz de nos conduzir à vida eterna e no jardim do
éden, e ponto final. Mas quando a realidade
mostra ao contraio, por que na verdade, nós queremos é sermos etenos, soberanos,
maiorais perante a aqueles que estão do outro lado, quando estas
possibilidades, estes desejos, são interrompidos,
mesmo que parcialmente, aí vem o desespero, angustia, sofrimento, podendo
chegar ate mesmo à depressão e a loucura.
Esta doutrina, estes ensinamentos tem nos impossibilitado o
questionamento a indagação e a contraposição, cerceando-nos do cultivo e da
pratica filosófica, a qual se fundamenta nestes conceitos, que sem os quais não
temos como quebrar padrões, transformar e evoluir. E assim estamos comportando
e agindo como na pré-história.
Está é razão pela qual entendo que estamos negando a verdade e o óbvio,
já que a morte além de obvia, ela é a química que equilibra a natureza,
principalmente nas nossas tragédias, pois sem elas, certamente já teríamos dado
fim à vida planetária.