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terça-feira, 22 de maio de 2012

No embalo da pesquisa, o samba do crioulo doido

Pesquisa eleitoral é sempre comemorada pelos favorecidos e desqualificada por quem ela não favorece. No Brasil, o índice de acerto tem sido grande. Estranho é quando ninguém a aplaude nem a critica ou quando há mais gente depreciando do que comemorando, como vem ocorrendo com a pesquisa divulgada domingo (20) pelo Jornal e Instituto Folha Regional, em Livramento.
Em 2008, uma pesquisa parecida previu a vitória de Carlos Batista, para prefeito, com uma margem inédita de diferença. Foi motivo de zombaria pelos adversários, mas as urnas confirmaram. Em sua primeira eleição, Jaques Wagner sonhava em ir para o segundo turno, enquanto Paulo Souto gargalhava com 60% das intenções de votos. Wagner ganhou no primeiro turno.
Ou seja, deve ser evitado tanto o espírito derrotista quanto o “já ganhou”. A sondagem do Jornal e Instituto Folha Regional parece coerente, até porque a voz das ruas já indicava que, em uma comunidade triste com o passado e frustrada com o presente, haveria de desejar algo novo. Vemos também como indicadores de equilíbrio do resultado o crescimento de Gerardo Júnior (15%) e o baixo desempenho do ungido da família Leal, Paulo Lessa (3%).
Talvez tenha prevalecido o desejo da novidade, na esperança de que o não testado não poderá ser pior do que o que já se provou ser ruim. Se houver falha, será apenas uma decepção a mais, um vilipêndio a mais da fé do eleitor. Vem a propósito a instigante provocação do músico conterrâneo Boanerges Aguiar de Castro, lá do Rio de Janeiro: “Livramento pode ter prefeita”.
E traçou o seu perfil: “Minha candidata, cujo nome fica a cargo de vocês identificar, tem mais ou menos a idade de Dilma [a presidente do Brasil] e, como esta, é mãe e avó. É professora e tem sido uma incansável batalhadora em prol da educação, da cultura, do desenvolvimento social”.
Disse que alcançamos a riqueza, descrita como a elevação do “Produto Interno Bruto” (PIB), mas que não conquistamos o bem-estar nem a alegria, a que denominou “Felicidade Interna Bruta” (FIB). Confia que sua candidata é capaz de substituir o primeiro pela segunda, caso assumisse a gestão do município.
Muita gente comentou seu artigo, mas ninguém se ariscou ao que ele mais queria, a identificação da candidata cujo perfil traçou. Parece que ele não quis apenas provocar discussão, que tem um nome, de carne e osso, em foco. Quem seria? É o que todos perguntam. Caro Boanerges, precisamos de mais pistas: seria ela, por exemplo, educadora e dona de um colégio, ligada ao PT?
Pois bem! Voltemos aos desdobramentos da pesquisa eleitoral recém-divulgada. Até outubro, mês da eleição, muita água rolará, mas os números divulgados fixam um balizador, tornando o tabuleiro político mais apimentado. Devemos dizer, também, que o resultado anunciado coincide em boa parte com o que temos comentado e especulado neste site.
“Se a eleição fosse hoje”, conforme a pesquisa, o prefeito seria Paulo Azevedo, pelo grupo que mantém um processo na Justiça Eleitoral pedindo a cassação do seu mandato de vice-prefeito, na condição de companheiro da chapa vitoriosa, em 2008, do prefeito Carlos Batista, principal alvo da ação judicial.
Se for cassado antes da eleição, não concorrerá. Se depois de eleito, não será diplomado. Se empossado como prefeito, perderá o mandato, em um processo movido pelas mesmas pessoas que o terão elegido. Complicado, não é?
Mas não para por ai. Do outro lado, Carlão, paradoxalmente, se quiser, pode torcer para ser cassado, pois levará consigo o agora adversário, Dr. Paulo, que, se eleito e depois cassado, abre a possibilidade de seus votos serem anulados.
Se isso acontecer, poderá ser diplomado o 2º colocado, o Ricardinho, se a eleição fosse hoje, como dito na pesquisa divulgada. A situação é esdrúxula, mas possível. Desse modo, por vias oblíquas, mesmo perdendo, Carlos Batista faria o sucessor. Samba do crioulo doido!
Fonte: Mandacaru da Serra, jornalista Raimundo Marinho.