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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Do Rio Taquari, no povoado de Telha em Livramento retira argila para fabricação artesanal

 
É da vazante do Rio Taquari, no povoado de Telha, em Livramento de Nossa Senhora-BA, que é retirado o barro (argila) que vai ser utilizado para a fabricação artesanal de diversos objetos como cofres de porquinhos, potes e moringas pela população deste povoado e do povoado vizinho, Cruzeiro, objetos estes, que fazem parte da cultura do município.

A partir de ensinamentos passados de geração para geração, os moradores destas localidades aprenderam ao longo do tempo a esculpir artesanalmente peças de barro, sendo estas não só uma opção de fonte de renda para as pessoas desses povoados, mas sim, parte da cultura de Livramento, que deve ser valorizada e preservada para que não seja extinta.

Após retirado o barro, na vazante do Rio Taquari, este vai para a casa das artesãs, onde vai ser amassado e moldado de acordo a forma desejada, em seguida, a peça de barro será raspada com o auxílio de um objeto metálico, e depois alisadas com um sabuco de milho, após o alisamento, as peças serão queimadas em um forno à lenha para que adquiram resistência, e depois estarão prontas para serem vendidas por encomenda e na feira livre do município, trazendo assim, renda para a artesã e sua família.

 
Do barro proveniente da vazante, também são feitos adobes que são vendidos para as pessoas do município.
 
Conversando com uma das artesãs, Dulce, moradora do povoado de Cruzeiro, ela conta que começou a arte com cerca de dezesseis anos, seguindo os passos de sua mãe, a qual aprendeu com sua avó e assim sucessivamente. Ela conta ainda, que depois de casada, foram as peças de barro que complementaram a renda de sua família, ajudando na criação de seus filhos e até netos. Segundo Dulce, ela se sente realizada no barro, e apesar da falta de incentivos a continuação desta arte, gosta muito do que faz.

Os objetos confeccionados a partir do barro tem tanto um potencial ornamental, quanto funcional, são moringas que servem para guardar água, cofres de porquinhos para guardar moedas, vasos para plantas e potes usados para o armazenamento de diversas coisas, inclusive para a realização de uma manifestação cultural da região, hoje não muito conhecida: o quebra-pote.

 
Portanto, a arte e fonte de renda das artesãs do Cruzeiro e Telha deve ser mais respeitada e valorizada, devendo inclusive receber incentivos por parte da prefeitura municipal, para que não seja extinta uma expressão cultural de Livramento.
 
*Por Livramentense, futuro Biólogo Giovanni Tanajura Silva