sexta-feira, 13 de abril de 2012

Quando o pião cai da unha

Raimundo Marinho
Jornalista
Tudo é previsível no movimento político de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em razão da limitação dos atores, que limita também as possibilidades de articulação. O arco de ação é restrito e tudo gira como um pião, até com certa velocidade, mas sempre parando no mesmo lugar. Não poderia ser diferente em comunidade tão pequena e não se traduz nas vantagens esperadas, como a qualidade dos debates e a defesa do interesse público.
Avanços e recuos, longe de proporcionarem evolução, suscitando melhorias para a coletividade, são como dança de gazelas, em que acabam caindo no colo uns dos outros. E fazem isso sem cerimônia, quase sempre convencendo outros mortais que se trata, não de esperteza e sim de inteligência política. É tão chocante que o traidor de ontem descompõe o que hoje lhe trai sem o menor pudor.
Quem imaginaria que o vociferante PMDB estaria, agora, no colo do carlista empedernido, como costumava ser rotulado o ex-prefeito Emerson Leal? E há sempre uma possibilidade de malícia nesse processo. A mais teatral delas é o consagrado nome de Emerson Leal, assim como seu patrimônio político, estarem sendo usados contra ele próprio. Nesse caso, o PMDB estaria esquentando outros colos.
Isso pode ser deduzido considerando-se que, se eleito pelas alianças que diz reunir, o Dr. Paulo Azevedo terá consolidado liderança própria e devolverá tudo que sofreu nas unhas do chefe, cuja carreira política tende a sepultar. Como não formou lideranças e até desprezou as que surgiram no seu grupo, Emerson Leal corre riscos, ainda que esteja apenas de olho nos votos para o filho deputado.
Não será surpresa se vier a se saber que até pupilos seus atuam neste projeto, comendo o queijo escondido. Após a traição, o PMDB foi assediado pelos “Paolos” e, como noiva traída, a velha legenda não hesitou em se deixar seduzir, deixando chorosos outros pretendentes, que também pensaram que podiam sustentar o pião na unha.
É assim nossa política. Mas continuamos a cobrar o debate de temas que interessam à comunidade como um todo. Aos muitos já existentes foram acrescentados mais dois, graves: o impacto negativo da mineração de ferro e os venenos detectados na manga, carro chefe da nossa fruticultura e da economia do município.
* informações do Mandacaru da Serra.

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