Por Matheus
Carvalho*
Dois mil e doze chega à sua metade, e traz consigo as múltiplas sensações de euforia provocadas pelas eleições municipais. Depois de confirmados os candidatos que se enfrentaram nessa corrida “ar - mamentista”, os eleitores entram em clima de êxtase. Do lado de dentro do curral, fazem de tudo para permanecer com o leite de cada dia, que é transformado em carros luxuosos e casarões, enquanto do lado de fora uma multidão espera a sua vez. Esse é o cenário político vivenciado no interior da Bahia. Não posso comentar sobre as outras regiões, pois não tenho conhecimento. Mas creio que não seja muito diferente.
Apesar de ter apenas duas décadas de vida, já pude
presenciar muitas cenas e atitudes, tanto dos políticos quanto dos seus
eleitores, que envergonham o cenário político administrativo de nossa querida
Livramento. Vivemos de tal forma, que o interesse individual ou interesse de
grupos prevalece sobre o interesse coletivo, prejudicando o desenvolvimento da
sociedade e ocasionando desigualdades socioeconômicas.
Estamos em 2012, mas resquícios do coronelismo ainda estão impregnados
nessa terra. Grupos oligárquicos, através de um grande poder aquisitivo,
comandam a política livramentense, influenciam no voto dos eleitores e decidem
as eleições. Não podemos negar que caracteriza o voto de cabresto. Numa época de
grandes transformações e pleno desenvolvimento, ainda somos obrigados a
presenciar essas práticas ilícitas e imorais.
A população de Livramento, num passado recente, ficou submissa a um grupo político durante 16 anos, onde eleições foram decididas através de práticas desonestas. E durante todo esse tempo, esperávamos por um desenvolvimento da cidade, mas não foi isso que aconteceu. Logo após esse período, a população ecoava as ruas da cidade com gritos de “queremos mudança”, “quero liberdade”, “ fora panelinha”, entre outros. Com isso, em 2004 chega o fim de uma era. Mas, comentários sobre compra de votos e a prática de condutas desonestas não faltaram.
Novo governo, novas pessoas, novo partido. A esperança por um crescimento
cultural e econômico da cidade empolgava a população. Infelizmente, ficamos
somente na esperança. Toda aquela empolgação foi transformada em decepção e
revolta. O governo atual ficou caracterizado por uma “panela” de empresários que
coordenam os rumos da cidade e que “exercem” as funções do prefeito durante seu
mandato. Carrões, casarões e fazendas começaram a aparecer “do nada”. Enquanto
isso, o salário de gari, que acorda antes do sol “nascer” para limpar a cidade,
concentra – se nos míseros 45 reais por semana. Esse é o cenário atual de
Livramento!
Então, chegamos a uma nova eleição. Novos candidatos em busca da prefeitura,
mas os “cabeças” estão presentes, como sempre. Que nessa eleição os eleitores
possam dá seu voto com o intuito de querer uma Livramento desenvolvida em todos
os sentidos positivos e que não sejam manipulados por práticas imorais, o que
acho impossível. Por parte dos grupos políticos, farão de tudo para conquistar a
vitória. Fica a nosso critério escolher o destino da cidade. Leia na íntegra...
Matheus é discente do curso de Direito da UFBA
Leia também a opinião do Blog Iguatemi Notícias Online sobre o mesmo assunto em uma matéria publicada à alguns dias: A esperança dos livramentenses ficará para 2016
Boa análise da política de nossa cidade, mas a parte dos carros e casarões saindo do nada, eu sou obrigado a discordar, pois, apesar de não votar e nem apoiar as ações do governo atual, grande parte dos empresários é sabidamente rica e de mais longa data que a chegada do atual grupo ao poder.
ResponderExcluirConcordo que não pode se generalisar, mas eu conheço alguns aqui da zona rural q não tinha nada e hoje tem carroes, fazendas, poces, etc...
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