quinta-feira, 21 de junho de 2012

Professores mantém greve e responsabilizam governador

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Os professores estaduais de Livramento aderiram por unanimidade à continuidade da greve

A postura, que já está sendo considerada carrasca, intransigente e ditatorial do governador Jaques Wagner, da Bahia, passou a ser apontada como responsável pela longa greve dos professores da rede estadual de ensino, que já ultrapassou 70 dias, afetando cerca de um milhão e meio de estudantes, em todo Estado.

É assim considerado, pela categoria, porque a reivindicação se resume à aplicação de uma Lei Federal, que obriga o pagamento aos docentes de um piso salarial, unificado em todo país. Caso algum Estado não tenha condição financeira suficiente, poderá complementar com recursos da União, através do FUNDEB.

HOSTILIDADE DE ALGUNS PAIS

Em Livramento de Nossa Senhora, durante assembleia, ontem (20), no plenário da Câmara de Vereadores, os professores decidiram, por unanimidade, continuar a greve, acompanhando decisão da assembleia geral de Salvador. Também atualizaram informações gerais sobre o movimento e repudiaram a atitude do governador.

Foi analisado, ainda, o comportamento hostil que alguns pais vêm adotando contra o movimento e até mesmo contra alguns professores, destoando da maioria dos municípios e da capital, onde pais, mães e estudantes participam das manifestações em apoio aos docentes, reivindicando melhorias para a Educação no Estado.

PASSEATA EM SALVADOR

Os professores estaduais, em greve desde 11 de abril último, inclusive ocupando a Assembleia Legislativa da Bahia, movimentaram a capital baiana, nesta quinta-feira (21), com uma passeata do largo do Campo Grande até a Praça Municipal, no centro de Salvador.

O ato público contou a participação de outras categorias de trabalhadores, de pais e estudantes, demonstrando coesão e firmeza contra o que qualificam de intransigência do governador Jaques Wagner, que vem se negando radicalmente a negociar com os profissionais da Educação.

Foi distribuída “Carta à Sociedade Baiana, denunciando a recusa do governo a negociar com o sindicato da categoria (APLB-Sindicato) e de apresentar as contas do FUNEB, para que possa ser averiguado se, de fato, o fundo é deficitário, como alega o chefe do Executivo.

MORRERAM CINCO PROFESSORAS


A APLB-Sindicato acusa o governo de prejudicar mais de um milhão de estudantes, que estão sem aulas, e mais de 30 mil professores, cujos salários ele mandou cortar, há três meses. Denuncia que “já morreram cinco professoras no processo de greve” e indaga “quantas ou quantos mais precisarão morrer?”.

O documento faz um alerta aos pais, mães, responsáveis e estudantes, para “a atitude absurda do governo”, ao discriminar a classe estudantil como um todo, convocando e obrigando professores em estágio probatório, do REDA e PST para ministrar aulas apenas aos alunos do 3º ano, em detrimento dos demais.

Acusa o governo de não cumprir a Lei Federal que valoriza a carreira dos professores e de “não dizer a verdade quando afirma que paga acima do piso nacional dos professores”. Cita o exemplo dos aposentados, que receberam em maio menos que em abril, além de ter transformado salário dos ativos em subsídios.

O coordenador da APLB-Sindicato, professor Rui Oliveira, em um vídeo postado no site da entidade, disse que o ano letivo já está comprometido e a responsabilidade é do governador, que se mantém intransigente.

GOVERNADOR NÃO RESPONDEU


Lembrou que nunca na Bahia professores tiveram seus contracheques zerados por causa de uma greve e denunciou as várias mentiras divulgadas pelo governo, nesse período, sendo uma delas os 26% de aumento que disse ter dado à categoria.

Segundo Rui Oliveira, Jaques Wagner divulgou como aumento vantagem obtida através de promoção na carreira. Além disso, afirma que esses 26% só beneficiariam uma parcela da classe, ficando de fora aposentados e profissionais em estágio probatório.

Informou que o governador não respondeu a contraproposta da APLB-Sindicato, de pagar os 22,22%, já acordados, parcelados dentro do ano de 2012, retroativo a janeiro último, e de revogar a lei inconstitucional que transformou salário da categoria em subsídio.

Chamou de atos terroristas do governador o corte de salários e as ameaças de demissão e que ele é responsável pelas necessidades enfrentadas pelos docentes, sem dinheiro para prover suas famílias e afetando sua saúde, inclusive com cinco professoras mortas. Fonte: Mandacaru da Serra, por Jornalista Raimundo Marinho, Visitem.

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